sábado, 12 de abril de 2008

Às vezes é bom para e ouvir...



Um homem entra na estação do metro de jeans, camisa e boné, encosta-se à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, na hora de ponta da manhã. Durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelas pessoas que passavam.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.

Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.

A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.

A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de marca.

1 comentário:

João Pinheiro disse...

Espectacular esta experiência. Ela só vem provar que as pessoas, hoje, só preocupam com rótulos e não com a essência das pessoas. Hoje não valemos por quem somos no nosso íntimo mas por aquilo que aparentamos ser, pelo que vestimos ou por aquilo que temos... Nem a ecologia faz com que a maioria da população manifeste genuíno interesse por mudar um pouco de atitude, pondo de lado o seu comodismo...
É como tu dizes, no teu post anterior sobre os macacos, animais somos todos, mas os irracionais somos nós, na maior parte das situações.